terça-feira, 29 de julho de 2008

A PALA DO CUBO BRANCO...

SONHOS COM PODERES? SEXO COM MULHERES MAGNíFICAS? DINHEIRO, FAMA, SUCESSO, DROGAS E TUDO QUE VEM NO PACOTE? KAMA SUTRA E SUAS APLICAÇOES NA GRAVIDADE ZERO? Não, você não atingiu o ápice da experiência onírica a menos que tenha vivenciado a pala do cubo branco. Tudo surgiu de uma conversa com um amigo meu, Rodrigo, comentando que quando as pessoas o aborreciam ele ia para o mundo do cubo branco, onde as pessoas não tinham voz apesar do fato de estarem reclamando na sua frente. Achei aquilo fantástico e o admiro muito ate hoje por seu autocontrole que sinceramente não atingi num nível tão legendário. Depois dessa conversa tive uma experiência cubobrancal. Mas às avessas!!! Estava eu sonhando com não lembro o quê, num dia que não lembro qual, numa cama que também não lembro aonde era(minha vida cigana me levou a conhecer muitas camas é verdade. E eu adoro isso!) ate que fui acometido pela lendária pala do cubo banco. O sonho estava normal, ate que de re pen te me vejo numa espécie de sala branca gritando com toda força dos meus pulmões mas havia um problema, um problema havia: não saía nenhum som da minha boca! As emoções iam se alternado no meu semblante. Alegria, raiva, êxtase, surpresa! Era uma viagem aos confins do mundo das emoções e eu as sentia de uma forma muito pura e extremada. Era como se elas não pudessem coexistir simultaneamente. Um sentimento de cada vez, assim como a lenda das fadas.
Depois disso eu voltava ao meu sonho, como naqueles filmes aonde a câmera parece estar dentro do protagonista e vai saindo de seu corpo até ele ser flagrado num momento de surpresa e fascinação. Era uma mistura de sentimentos dessa vez e o que prevalecia era o ultimo que havia se mostrado no cubo branco. Tanto podia eu ficar num êxtase maravilhoso, como naqueles orgasmos aonde grito tão alto que sinto a liberdade correndo em minhas veias como se eu e ela fossemos uma coisa só, como poderia sentir um desespero enorme como nos 10 segundos antes de morrer brutalmente assassinado após uma luta ferrenha.
O cubo branco apareceu várias vezes, e logo eu compreendi essa idéia da repetição e comecei a esperá-lo, assim como uma criança espera os doces no dia de São Cosme e Damião. Qual seria o próximo sentimento a ser experimentado? Amor? Ódio? Tesão? Felicidade? Nesse momento havia dois sonhos paralelos um ao outro: a historia a ser escrita e o cubo branco. Não preciso nem dizer que a historia ficou em segundo plano não tendo muita importância. O que importava mesmo era sentir. Sentir as emoções que o cubo branco me proporcionava, ou que eu proporcionava ao cubo branco sei lá.
Foi uma noite fantástica e cheia de surpresas.
Acordei meio confuso e tonto. Era bem cedo e o barulho dos pássaros cantando me deixou muito feliz. Saí da cama ainda enrolado no edredom e fui tomar um leite quente sem nenhuma preocupação dos meus afazeres do dia. Aproveitava cada segundo verdadeiramente numa tranqüilidade inabalável.......





VIVA O CUBO BRANCO!

domingo, 27 de julho de 2008

Os Cinco

Essa é a história de cinco camaradas peculiares. Eles se conhecem desde moleque e até hoje ainda caminham juntos por esse mundo também ligeiramente peculiar. Tudo começou na infância em uma Super Quadra Sul em Brasília, mais especificamente 113, bloco B. O que eles faziam? Aquilo que toda criança faz melhor, brincavam. Alguns levavam essa atividade mais a sério do que outros, mas todos se divertiram muito e criaram um laço muito forte.

Para começar, vou respeitar a boa e velha hierarquia da idade. Só que desta vez de trás para frente. Com isso a primeira figura a ser citada é o “Petcho”, na verdade o nome dele é Pedro, mas a tia Débora o chama de “Petcho” e por isso nós acabamos aderindo. Sempre foi a maior figurinha quando era pequeno. Falava menos que eu e era capaz de tudo só para andar com agente, até lamber a sola do seu próprio chinelo. Acho que devido a esse evento ele acabou adquirindo algum platelminto alienígena que viveu por um tempo em seu intestino mas que recentemente migrou para o cérebro, levando-o a fazer vestibular para engenharia. Essa é a única explicação razoável para alguém estudar engenharia. Apesar da simbiose entre ele e seu platelminto, ele continua o cara bacana e calado de sempre.

Agora vamos ao Marimbas, Vulgo Thiago. Para começar eu não sei porque diabos ele tem esse apelido, por isso nem adianta me perguntar. Em nossa infância, nós o perseguíamos arduamente, acredito que isso tenha gerado algum tipo de trauma psicológico que o levou a voltar-se para as máquinas. No começo era vídeo game, depois computadores e hoje ele trabalha com computadores. Devido ao trauma ele desenvolveu uma espécie de dupla personalidade, é como se ele fosse um Bruce Wayne do cão. De dia ele é o modesto trabalhador das máquinas que fica em um escritório cheio de nerds e a noite ele é Marimbas, “El Matador” que galanteia as menininhas das noites de Brasília. Nas horas vagas ele ainda arruma tempo para dançar em uma boate de estriptise que fica lá no Conic. Aos interessados ele encontra-se em uma boate que não consigo lembrar o nome, mas ela fica entre uma Igreja Universal do Reino de Deus e uma loja de artigos de umbanda. Ele está lá todas as quartas feiras na noite da terceira idade, dizem que ele é o terror das tiazinhas.

O Sallum, também conhecido como Kalango, Palmeira e por ultimo Gustavo era uma criança inteligente, cheia de energia e feliz. Quando digo feliz, me refiro à criança mais alegre que já conheci. Quando era criança adorava ouvir seu pai cantarolando a “Balada do Louco”, música dos Mutantes. Acredito que tal fato associado ao gosto musical de seu pai contribuiu muito para o desenvolvimento de uma figura com personalidade excepcionalmente peculiar, alguns apenas definiriam como louco mesmo. Bom, hoje ele é um estatístico formado e nas horas vagas, adora ler. Nunca vi ninguém gostar tanto de um livro. Quando fica muito feliz realiza uma dancinha que me faz lembrar muito a corte de alguns animais e por isso, nesses momentos, sempre mantenho uma distância respeitável. O FBI está atrás dele porque acreditam que ele seja um parente próximo de Osama Bin Laden, isso explicaria seus planos diabólicos de quando era criança para sacanear o Thiago. Os planos eram tão bons que o Thiago sempre caia, por mais estapafúrdios que eles fossem. Seu apetite e participações como dublê do Marcos palmeira em novelas da globo é algo muito bem documentado. Devido aos seus excelentes trabalhos na tv, Hollywood lhe fez uma proposta de trabalho convidando-o para participar da versão americana de Asterix interpretando Obelix. Ele vê a sua frente o emprego perfeito já que vai ter que comer muito para atingir a forma física do herói, além de poder ganhar muito dinheiro para comprar livros. O problema vai ser entrar nos estados unidos com essa cara de árabe e com uma tatuagem nas costas escrito “Money que é good nóis no have” em árabe.

Algumas crianças acreditam que uma cegonha as trouxe para a terra, mas esse não é o caso do Brenno. Ele acreditava ter sido trazido para a terra em um disco voador, até hoje eu tenho minhas dúvidas se ele não veio mesmo de outro planeta ou ao menos foi abduzido. Quando criança ele jogava muito videogame e quase não saia de casa, até que conheceu quatro mal elementos, associando isso ao fato de ele estar no planeta errado ele simplesmente despirocou e virou o Brenno que conhecemos. Ele teve algumas fazes da vida que valem a pena relatar, em uma delas ele era um punk louco e alucinado com um moicano vermelho e adorava bater em qualquer um que cruzasse seu caminho. Inclusive, uma vez ele deu um mata leão em uma senhora que estava no elevador com ele, só porque achou que era ela que tinha soltado um pum. Depois desse evento ele viu que tinha exagerado e decidiu deixar de ser punk e fazer psicologia para ver se os grandes estudiosos do cérebro humano poderiam ajudá-lo. Não estava nem no meio do caminho e ele viu que o auto conhecimento nos padrões desse planeta para ele era impossível, por isso resolveu entregar-se às Artes Cênicas e curtir a vida, hoje é possível vê-lo atuando na malhação e andando pelas ruas de Brasília de cachecol verde, paletó social e camisa vermelha. A NASA descobriu recentemente que pode haver vida em um planeta da galáxia de Andrômeda e desconfia da existência de extraterrestres infiltrados em nosso planeta, um dos focos da investigação é o departamento de Artes Cênicas da Universidade de Brasília. Especialistas acreditam que ali seja o núcleo de uma das colônias alienígenas.

O ultimo chama João Paulo, mas o Breno prefere chamá-lo de “Juanitas”. Quando criança era bem comum vê-lo de quatro em algum gramado da 113 sul procurando por minhocas ou colocando formigas para brigar. Ele era uma criança profissional, era o melhor naquilo que fazia que era brincar. Ele era tão dedicado que essa atividade consumia todo o seu tempo e nem dava tempo de estudar. Seu problema era que falava muito palavrão e não era visto como uma boa companhia para as outras crianças, o tempo passou, todos apreenderam a falar palavrões e aí sim eles puderam ser amigos. Ao chegar na adolescência decidiu fazer aulas de violão, mas como tocava mal e não fazia muito sucesso com as menininhas decidiu ir tocar bateria mesmo. Isso não melhorou muito a sua vida com as mulheres, mas pelo menos ele não passou mais vergonha nas rodinhas de violão. Por gostar muito de animais acabou estudando biologia e hoje uma de suas alegrias é fazer trilhas com os amigos e festeja quando encontra uma bosta no caminho que ele educadamente chama de vestígio, isso quando ele não resolve pegar a bosta, levar para casa e guardar no congelador da mãe com o objetivo de verificar o que faz parte da dieta do animal . Outra de suas diversões é tomar uma cerveja gelada com seus amigos e primos, por mais que alguns deles sejam difíceis de acompanhar, e com freqüência ele dorme sentado no meio de uma conversa que acaba tornando-se um monólogo. Seu amigo Brenno disse desconfiar da existência de uma certa tendência homossexual em “Juanitas”, já que ele afirmou que daria para algumas personalidades como John Bonham, Eric Clapton, Mike Patton e Fred Mercury.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Procura-se


Texto antigo, mas gosto tanto que vou postar:
Procura-se solteira que esteja disposta a ter um relacionamento sério, de preferência não muito agitada, que goste de ficar ao ar livre, que aceite bem as mudanças de tempo, que goste de sol, que goste de chuva, que goste de água. Ela deve estar disposta a receber indesejadas sujeiras de palomas em sua cabeça, a ser vista em público, não deve gostar de música, a não ser o canto dos pássaros e o barulho de água, não deve gostar de dançar, caminhar, correr, viajar, sair. Deve estar disposta a aturar um cara com o coração de pedra, frio, famoso. Não pode estar ligada a bens materiais, não pode trabalhar, não pode falar. Deve ser de pedra. Se você se encaixa nesses padrões, venha falar comigo, estarei todos os dias no meio do chafariz central da praça "Sol Dourado", não será difícil me reconhecer, sou a estátua de mármore preto segurando uma espada, dentre todas do chafariz, sou a única estátua sem um par.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Voltando de Férias


Semana passada eu postei falando das férias e uma amiga fez um comentário sugerindo escrever sobre a volta das férias (o suplício envolvido na volta, para ser mais específico), então aqui estou escrevendo sobre o assunto.

Pensando nesse suplício eu fiz uma analogia com um fim-de-semana. O fim-de-semana, pelo menos para mim, é dividido em três partes importantes e essas partes podem ou não ter subdivisões.

A primeira parte de um fim-de-semana é a sexta-feira à noite, apesar de estarmos liberados para as festanças só depois das 18 horas (para maioria das pessoas, pelo menos), sexta-feira de tarde os planejamentos já estão sendo preparados, ligamos para nossos amigos e começamos a combinar para onde vamos no fim do expediente e de lá para onde pretendemos ir. Às 18h01 realmente começa o fim-de-semana, saímos com aquela alegria incontida, "a noite é uma criança e eu sou seu brinquedo, não sou eu que durmo tarde, é o sol que nasce cedo". Essa, para muitos, é a melhor parte dos dois dias de folga, temos todo o álcool do mundo para beber e o fim-de-semana inteiro pela frente para nos recuperarmos!

Agora tem a segunda parte, que é o sábado. O Sábado divide-se em três partes, a manhã, a tarde e a noite. A manhã é feita para dormir, você descansa o corpo e a mente da semana inteira e descansa o fígado do dia anterior. Sábado de manhã pode ser considerado por uns poucos como a melhor parte, "você tem a manhã inteira para dormir!". À tarde de sábado é algo tão libertador que não existe um padrão, faz-se de tudo num sábado à tarde, desde continuar morgando, passando por trilhas no mato ou volta ao bar, até trabalhar ou estudar (para uns poucos lunáticos). Sábado à noite é praticamente como a de sexta, porém você está mais acostumado com a folga e não tem mais dois dias pela frente, você terá um provável domingo sofrido.

Para falar da terceira parte do fim-de-semana eu preciso fazer ainda um outro comentário sobre o livro do Luís Fernando Veríssimo, numa crônica ele comenta sobre como hoje em dia as pessoas não sentem mais ressaca e eu concordo plenamente com ele nesse aspecto. MAS EU SINTO MUITA RESSACA! SIM, CERVEJA ME DÁ RESSACA! Por isso domingo de manhã geralmente é a parte da ressaca para mim, mas como eu sou raridade na arte de ressaquiar vou considerar como padrão os raros domingos de manhã sem ressaca. Domingo de manhã tem um brilho diferente, o sol brilha intensamente lá fora, não tem nenhuma nuvem no céu, os pássaros cantam, você ouve criancinhas brincando e rindo do lado de fora, mas existe uma sombra que se aproxima, e essa sombra é conhecida (e temida) por todos como SEGUNDA. Mas ainda é de manhã, ainda tem o almoço de domingo, ainda tem a tarde de domingo... O almoço de domingo também é algo muito amplo, quase tão amplo quanto a tarde de sábado, existem os almoços em família, churrascos com amigos, mexido da semana inteira, restaurante... Já o domingo à tarde é o limbo, a sombra está na sua frente e gargalha sobre o seu destino, como que dizendo "Em breve nos veremos". Você não tem mais nada a se segurar, você está a mercê do impiedoso tempo que não pára nunca e tudo que você tem pela frente é o tenebroso Fantástico! Vai escurecendo, seu peito aperta, a garganta arranha, sua voz fica embargada, seus olhos mais úmidos, todo o esforço de domingo de tardezinha é conter o desespero dentro de nossos corpos! Acho que esse sentimento de domingo tem uma origem mística, segundo a Bíblia, Deus criou o universo em seis dias e descansou no sétimo. Mas nós contrariamos essa ordem, Domingo é o primeiro dia da semana, e nesse dia estão sendo criados os céus e a terra, a luz e as trevas. Um dia desses não pode ser bom!

Agora as férias funcionam da mesma forma, sexta à tarde é como os dias antes das férias, você está tão animado com o chegar da folga que já vai planejando tudo, para onde vai viajar, quanto tempo vai ficar em cada lugar, quanto tem para gastar... Quando finalmente chega as férias existe um pequeno período que equivale a sexta à noite, você sai e toma todas, vai para todos lugares, dorme pouco, come mal, e como seu equivalente no fim-de-semana, esses dias também são a parte favorita da maioria das pessoas.

A segunda parte das férias é a parte da preguiça, aqui você descansa tudo que não descansou no ano que passou e descansa dos dias de loucura das férias, aqui descansamos nosso fígado também (como sábado de manhã). E depois dessa fase de descanso vem a parte libertadora das férias, que, como sábado à tarde, faz-se de tudo, inclusive tem as pessoas que resolvem trabalhar para ganhar uma grana extra ou estudar (são os mesmos alucinados que trabalham ou estudam no sábado).

Agora a última semana das férias é o domingo. Temos sete dias de folga, mas depois voltamos a trabalhar. Os primeiros três dias dessa semana são equivalentes à manhã de domingo, tudo está lindo, mas seu estômago está começando a sentir um calafrio. No quarto, quinto e sexto dias o desespero está batendo forte, seu estômago embrulha com uma certa freqüência, estamos tão à flor da pele “que qualquer beijo de novela (me.)[nos] faz chorar”. Agora o último dia das férias é o Fantástico, você não sabe se a morte é algo tão terrível assim, o descanso eterno parece uma idéia não só muito atraente, como algo muito sensato. Você fica vendo aquelas matérias sem graça e pensando, “como será que o Zeca Camargo cairia do WTC em chamas?”. A tristeza é tão esmagadora e a carregamos desde os primórdios de nossa vida, quando arrumamos o material escolar para volta às aulas, e o pior é que existiam as crianças que falavam que sentiam falta da escola, essas crianças cresceram e se tornaram as pessoas que não só trabalham no sábado à tarde e num período das férias como também chegam para você e falam “Um mês é muito tempo, fico cansado de ficar à toa”.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Comida



Há uns dias atrás comecei a ler um livro de Luís Fernando Veríssimo, primeiro porque a uns quatro anos atrás alguém comentou que minhas crônicas lembravam as dele e eu havia lido muito pouco do autor, geralmente crônicas que chegavam por e-mail, foi a minha chance de avaliar a escrita dele. Segundo porque o livro é composto crônicas sobre comidas, "A mesa voadora", que é um assunto que muito me interessa, afinal de contas, meus quilinhos a mais foram alcançados com pouco esforço e muito prazer gastronômico.

Bem, quanto a comparação da minha escrita com a dele, não é justa, a dele é muito superior (não que seja algo extraordinário, a minha é que não alcança um nível muito bom). Mas sobre as crônicas, apesar de serem bem escritas e bem-humoradas, não gostei muito por não concordar com o conteúdo, salvo algumas exceções como "O Buffet", "Voracidade", "Ovo". Vou começar criticando a terceira crônica ,"União, gente", que me deixou tão enfezado ao ponto de querer bater no escritor! Por que tanta agressividade? Oras, como uma pessoa que pretende escrever um livro inteiro sobre comida resolve fazer um manifesto anti-salsinha? E quando ele diz salsinha ele quer dizer tudo que é colocado no prato para "enfeite ou para confundir o paladar, o que incluiria até aqueles galhos de coisa nenhuma espetados no sorvete, o cravo no doce de coco, etc". Esse tipo de comentário desmente todo o livro, já que uma pessoa que diz uma coisa dessas não entende nada de comida, não deveria abrir a boca nem para comer e muito menos para falar asneiras como essa. Desculpe-me Fernando, mas aí você cagou (não escorregou) na maionese e serviu no churrasco! Eu, que não sei cozinhar nada, quando me aventuro na cozinha para fazer ou uma carne moída ou um molho para o macarrão coloco todas as "salsinhas" possíveis e o resultado, por incrível que pareça e modéstia a parte, fica esplêndido, o que não seria possível sem as "salsinhas". A cozinha, pelo menos a brasileira, não seria a mesma sem esses temperos. Não sei, mas a impressão que tenho é que os gaúchos não entendem nada de comida e imagino que eles em geral não gostam da tal "salsinha", basta olhar o churrasco de que tanto se orgulham, consideram o melhor churrasco do mundo, mas tudo o que vai à carne é sal grosso! Onde está a arte de que tanto falam?

E isso me leva a real crítica ao livro, ele praticamente não menciona a comida brasileira, ele só fala da comida européia, principalmente a francesa. Sério, ele não comeu nada aqui no Brasil que valesse a pena entrar no livro? Ele fala de caldos, mas não menciona o caldo-verde e muito menos a nossa maravilhosa VACA-ATOLADA! Ele chegou ao cúmulo de falar que a melhor carne que comeu foi nos Estados Unidos da América e estamos falando de um gaúcho, nem mesmo o orgulho de seu churrasco conseguiu mantê-lo fiel aos sabores de sua nação!

Não sei o que o autor tinha na cabeça para escrever tanta baboseira sobre comida, ele chega a comentar aquela porcaria de cachorro-quente de rua dos Estados Unidos quando dissertava sobre a comida de Nova York. Bem, para quem já comeu um cachorro quente em qualquer lugar do Brasil, seja no nordeste com sua carne moída ou seja em São Paulo com seu purê de batatas, sabe que aquele pão seco com aquela salsicha nojenta não merece uma gota de nossa saliva!

O Veríssimo filho fala de comida da Europa inteira, comida francesa então ele se fartou a falar, Inglaterra, Itália, Estados Unidos, chegou a mencionar o Fondue de Gramados, numa crônica falou um pouquinho sobre uns restaurantes cariocas, muito pouco, quase nada e teve uma crônica de um restaurante francês aqui no Brasil, mas caçoando do sotaque nordestino do maitre. E sabe o que é irônico no livro inteiro? Ele começou uma guerra com os maitres por conta da petulância destes, num livro que tem a mesma quantidade de palavras em francês e em português, não se sabe se ele fala tanto do exterior por falta de conhecimento da nossa comida ou se é para mostrar em quantos restaurantes europeus e americanos ele comeu.

A França tem queijos e vinhos maravilhosos? Fique com eles, eu prefiro o meu queijo minas (curado ou não) ou meu queijo coalho com uma pinguinha! Pães franceses ou italianos? Pão-de-queijo! Fois Gras? Pato no Tucupí! Ostras? Sarapatel! Paella? Feijoada! Salmão? Moqueca (Baiana ou Capichaba)! Carne da Califórnia? Carne de Sol de Natal! Massas italianas? Nhoque (escrito dessa forma) de mandioca! Sorvete italiano? Pavê de cupuaçú, açaí na tigela! Chocolates suiços? Bombom de cupuaçú! Amêndoas? Castanha-do-pará ou castanha de cajú! Suco de laranja americano? Suco de cajú! Champignon? SALSINHA!!!!

Nenhum

terça-feira, 8 de julho de 2008

Um dia Como Outro Qualquer


Era só mais um dia como outro qualquer, estava cansado da rotina, de tudo o que tinha que fazer. Decidiu deixar seus afazeres de lado e saiu andando, precisava pensar. Aonde ia? Isso não interessava, na verdade ele não fazia a menor idéia. Simplesmente saiu andando sem rumo para pensar um pouco em sua vida, sua profissão, seus desejos que ele simplesmente não consegue realizar. No pensamento ele leva uma trilha sonora que lhe traz um pouco de paz em quanto o caos se instala em seu coração, a música é “That’s The Way” do Led Zeppelin. A música é sua religião, ela dá forças a seu espírito cansado. As pessoas podem lhe magoar, feri-lo, atrapalhá-lo em seu caminho, mas a música ninguém pode tirar dele, é parte de sua alma, se é que existe tal coisa.


Ele então, começa a refletir sobre o amor que sente por aqueles olhos castanhos e logo vem uma velha música dos Rolling Stones na cabeça, não a original mas uma versão de “Wild horses” cantada pelo Dave Matthews. Qual seria o verdadeiro significado da palavra amor? Essa é uma pergunta complicada. Seria a vontade de estar sempre ao lado alguém? Sentir uma profunda admiração por alguém? Abrir mão do orgulho para não ferir a quem se gosta? Bom, com um certo grau de parcimônia esses pensamentos fazem um pouco de sentido. E o que separa uma pessoa apaixonada de um otário? Acredito que esta seja uma linha tênue, mas o problema é perceber de que lado estamos. Explicar o que sinto é complicado e muito subjetivo, mas avaliar a forma certa de agir, isso sim pode ser feito.


Voltei então a pensar em minha pergunta original, talvez amar significa ficar firme quando nem um outro ficaria. Mas só isso? Na verdade isso é coisa pra caralho. Significa não ser um escroto quando poderia, responder a uma grosseria com serenidade, ser gentil em momentos difíceis, não ceder ao animal que existe dentro de todos nós que quer sair e agir por impulso. Em momentos difíceis, às vezes passa por minha cabeça um nome: Cananéia, Um sinônimo para mato na verdade, e a vontade de fugir... e naquele fim de tarde me vem à mente “Preciso Me Encontrar” do Cartola. Apesar de tudo o sentimento que sinto é verdadeiro e intenso por isso permaneço fiel a ele, firme. É fim de tarde, o vento bate em meu cabelo e a trilha sonora é “The Wind Cries Mary” do bom e velho Jimi Hendrix. Eu paro, sento em um banco de praça e começo a observar o por do sol, os carros passando, uma galera jogando bola e o que vejo é a beleza das coisas simples. Já é noite, a caminhada, a trilha sonora e as reflexões me deixam mais tranqüilo. É hora de voltar para casa e a trilha sonora é “Whiskey In The Jar” do Metallica, eu olho para frente, levanto o meu nariz para poder sentir o cheiro daquilo que me cerca e surge um sorriso no canto da minha boca.

Férias


Depois de 11 meses de trabalho você começa a ficar rabugento, brigão, menos produtivo, os dias são mais longos e os fins-de-semana mais curtos, está na hora de tirar férias.

Acontece que estou meio desacostumado a tirar férias, o que pode parecer estranho para quem sabe que eu me formei a apenas um ano, e olha que as férias da UnB são bem compridas, dois meses quando não tem greve. Mas o que aconteceu comigo é que eu comecei a estagiar cedo, e ser mão-de-obra barata tem muitos pontos negativos, um deles é não poder tirar férias. Claro que é tranquilo trabalhar só meio período nas férias, mas todos hão de convir que férias tem que ser férias e acordar cedo para trabalhar durante suas elas não é muito agradável, além de impedir que se viaje.

Pois bem, estou finalmente de férias e eu percebi que estou com um vício, o vício da desculpa das férias. Claro que temos o direito de nos tornarmos mais prequiçosos, podemos comer e beber mais, dormir até mais tarde... Mas eu percebi que as coisas começaram a se tornar exageradas. Por exemplo, beber uma breja gelada na hora do almoço, de tarde ou à noite numa segunda-feira, qualé, estou de férias. Mas acordar às 9h30, na casa da sua vó, dar bom-dia para os familiares, abrir a geladeira, pegar a cerva que sobrou de domingo para desjejum, olhar para o olhar torto de sua mãe e dizer "Qualé, mãe, estou de férias!" qualifica o vício da desculpa das férias.

Agora o problema é quando o vício da desculpa passa para seus familiares contra você. Isso ocorre quando você está de férias e seus familiares começam a te cobrar um monte de tarefas porque você está à toa e eles não. Por exemplo, voltemos para aquela segunda-feira, você está abrindo a geladeira para pegar aquela cerveja e sua mãe interrompe o processo e diz "Meu filho, você pode ir na Imobiliária pagar o condomínio do apartamento?", você, com sono e mau-humor responde "Ah não mãe, pede para o Antônio!" (antes mesmo de terminar o nome do irmão você pensa "Puta que pariu, lá vem...") e sua mãe responde "Meu filho, o Antônio tem aula hoje o dia inteiro, você não tem nada para fazer, faça esse favor para mamãe...". Você tem que ir, não adianta argumentar.

O que não se pode esquecer é que estar de férias implica não fazer nada, e nas férias fazer nada é fazer alguma coisa, é a principal atividade das férias e toma muito tempo. É por isso mesmo que a língua inglesa muito bem escolheu a palavra "vacation" que é originária do português "vaca" que é ficar no pasto aparentando fazer nada, mas que de fato algo muito importante se está fazendo, que é ruminar, também conhecido como ócio produtivo.

Beijos loucos,

Quem.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Só para começar

Saudações Normais,
é estranho estar escrevendo para ninguém e para o mundo inteiro ao mesmo tempo, mas a internet é assim mesmo, muito louca!
Nesta página estarão escrevendo inicialmente dois loucos, o primeiro é um pronome indefinido que costuma aparecer como alguém ou algum, mas também costuma aparecer como nenhum, tudo, ninguém ou quem. Está no presente mas funcionou no pretérito imperfeito também, no perfeito não, o passado dele é cheio de erros. O futuro, bem, veremos.
O outro louco é um perdido aí! Não sabe de onde vem e nem onde vai dar, na verdade o que ele queria mesmo era ser um rock star. Talvez não, talvez ele só queira viver infurnado no mato correndo atrás de bicho. É possível que o que ele realmente deseja seja viver como um caiçara ou talvez ele seja só um perdido mesmo.
Eles esperam que vocês gostem e comentem.
Abraços,
Administração.