segunda-feira, 27 de junho de 2011

Diário de um biólogo, dia 47.

"Caro diário. Hoje parecia ser um dia promissor. O céu do Maranhão amanheceu nublado e escondendo com nuvens o sol enviado diretamente do reino de Hefesto. Seguimos contentes para nossa reunião diária e tão esperada de segurança... Ohh Yeahh!! .... hum... ahhhh!!! Eu disse q vimos um tamanduá mirim morto em bom estado no caminho?? Não?? Pois bem, vimos o tamanduá. No trajeto até o trecho passamos pelo funesto tamanduá. Eis que @[100000107260705:Emanuelle Lack], minha parceira, bióloga intrépida, seguindo seu instinto muselístico se lança do carro (q já tinha parado caso algum técnico de segurança se questione qnto ao ato) e nos leva a outorgar o corpo recentemete tocado pelo ceifador em benefício da ciência (Lindo isso, não?). Feito o primeiro sepulcro, seguimos para nossa rotina mágica de bolhas, calor dantesco e aromas heréticos e concluímos túgidos em suor a nossa jornada de prazeres. Não se esqueçam do tamanduá fermentando na bombona na carroceria do carro. Então... Fomos ao supermercado adquirir mais material para o ritual maldito de fixação do tamanduá. Mas antes, um banhinho e um almoço de salgadinhos de padaria para nutrir as carcaças esfoladas pelo pó do Maranhão. É chegado o tão esperado momento. Nos reunimos eu e a intrépida para romper o selo da cripta de plástico onde fora sepultado o pequeno infeliz. Por acaso vcs já abriram um frasco de CK One e inspiraram profundamente aquele toque macio de plumas florais??? Pois é, NÃO FOI ASSIM!!!!!! Eu juro q vi espectros com faces negras e esqueléticas emergindo daquela ânfora de Hades. O cheiro era como a manifestação de um deus furioso querendo a danação dos pecadores. Foi como se Hércules nos eviscerasse vivos com as mãos sujas da pior merda dos esgotos medievais na aurífera Era da peste negra. As sensações eram descontroladas. Risos e vômitos disputavam espaço entre os pensamentes racionais de dois infelizes cientístas tentando decidir o que fazer antes de perder a consciência. Mas a justiça recaiu sobre um raio. Atingindo ÚNICA responsável por esse episódio inspirádo no lendário Golgota. A INTRÉPIDA... AAAaaAAA ousada.... AAAaaAAaaaAAA dedicada Emanuelle Lack... presa numa nuvem de pútrido aroma de ácido sulfídrico e mercaptano em absurdas concentrações... eis que transformou a máscara cirurgica em um belo chafariz de ácidos estomacais e matéria semi-digerida. Ahhhhhhh!! Regozijo???? NÃO!!!!! Eu estava estremamente concentrado em não repetir o ato etéreo da colega que lançaria a metros todos os salgados comidos no almoço. Lançamos mão da metodologia e pegamos TODO o formol disponível e atiramos no balde carniçoso até calar o supremo aroma dum ânus demoníaco. !!!!???!!!??!!.... Enfim!!!!! encerramos o odor mórbido (e minha heineken esquentando na pia, esquecida e solita). Começamos então a metodologia divina de ENCHER O C....... DO MALDITO TAMANDUÁ FDP DE PODRE para matar TODAS as miseráveis bactérias da podriDÃOOOOOOOO!!!!!.......... Fim do dia 47."

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Sonho Louco..


O texto é meio antigo, mas na falta de inspiração aí vai ele..


O lugar era lindo, eu acabara de entrar e me vi cercado por livros impecáveis em sua forma e conteúdo, eu buscava algo mas não sabia ao certo o que era. Um simpático senhor meio grisalho se aproxima com um ar de “em que posso ajudá-lo?”, eu digo que preciso de um livro e ele começa a procurar sem que eu lhe dê nem uma orientação. Na verdade nem eu sabia o que queria, mas o senhor me aparece com uma pilha de livros e me oferece uma bala, com uma embalagem extremamente atraente e sofisticada, eu não resisto e acabo aceitando. Os livros estão todos em cima da mesa e o simpático atendente parece disposto a me deixar sair livremente com os livros, isso me atormenta pois como pode alguém confiar tanto assim em uma pessoa que nunca viu? Sendo assim eu pergunto:

- Você vai me deixar mesmo sair daqui com os livros?

Ele me olha com um olhar sereno e responde:

- Está vendo esta bala que você acabou de comer? É um veneno e você precisa voltar aqui na terça-feira para tomar o antídoto.

Fiquei assustado com a tranqüilidade e com a perfeição da lógica do velho. Os livros eram muito valiosos e eu não poderia me esquecer de devolvê-los e aquele templo de sabedoria não poderia tolerar um ladrão. A lógica era assustadora, porém justa. Eu não havia entrado no templo para sair de lá com um livro. Eu buscava uma espécie de eremita que me desse uma pista do caminho que deveria descobrir por mim mesmo com a ajuda de um livro, eu expliquei isso ao velho e ele me chamou para jogar uma partida de xadrez e tomar um chá.

Fomos até a parte subterrânea do templo onde encontramos um tabuleiro de xadrez, duas xícaras de porcelana, um bule e duas cadeiras nos esperando. Quando o jogo começou tudo o que estava ao meu redor transformou-se em um grande vazio e só havia eu, o simpático senhor que agora havia se transformado em um rei austero, cruel e altivo, também surgiu um imenso tabuleiro de xadrez cujas peças eram formadas por pessoas que haviam encarnado os seus personagens e estavam prontas para uma batalha que seria travada entre o grande e imponente rei e eu, que mal conseguia entender a situação. A batalha começou, ao primeiro sinal do rei quase todas as suas peças se moveram. Fiquei pasmo, eu achava que estava perdendo a noção da realidade, neste momento eu tive certeza. Até as regras do xadrez já não me serviam mais. A coisa ainda piorou quando fiz o meu primeiro movimento e percebi que as regras do bom e velho xadrez ainda valiam para mim mas eram diferentes para ele. Foi quando decidi questioná-lo a respeito do que estava acontecendo com as regras, não sei até que ponto eu falava das regras do xadrez e até que ponto me referia às regras da realidade que conhecia, e do alto de seu trono com um tom sério e implacável ele me encarou disse:

- O jogo acabou e você perdeu.