segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Lado Bicho


Embora muitos prefiram ignorar, há uma base biológica para o comportamento humano. Ao longo da história evolutiva do homem nossos ancestrais foram expostos a situações adversas, mas foram capazes de deixar descendentes. A nossa história nesse planeta tem suas peculiaridades, mas também apresenta semelhanças com a de muitas outras. O fato é que existe um animal dentro de nós que muitas vezes faz aflorar comportamentos não muito louváveis. Meu objetivo não é justificar a falta de caráter, trapaça e falta de moral dizendo que seriam características adaptativas. Por exemplo: um humano que mente e engana tenderia a deixar mais descendentes férteis do que um que não faça o mesmo. Apesar de fazer certo sentido, é importante lembrar que somos criaturas que tem uma fascinante e complexa habilidade de aprender. Não podemos ser deterministas dizendo que nossa base genética determina o nosso comportamento, mas é inegável que existe uma forte influência. Pare e pense, indivíduos da mesma espécie tendem a competir por recursos como alimento, abrigo, defender território. Alguma vez você já parou para pensar no por que de alguns comportamentos que temos? Por exemplo: se você estivesse com fome, e há apenas dois pedaços de pizza sobre a mesa da cozinha de sua casa. Você sabe que sua irmã e o namorado também vão chegar famintos, o que você faria? Garanto que a maioria comeria os pedaços, no máximo deixaria um para a sua irmã. Esse seria o animal egoísta que existe em todos nós, é preciso garantir a sua sobrevivência em primeiro lugar. Caso tivesse existido um indivíduo muito altruísta no passado que se sacrificaria pelos outros, principalmente aqueles que não são seus parentes, seria esperado que este indivíduo se reproduzisse menos, deixaria menos descendentes férteis e esse traço altruísta da personalidade tenderia a desaparecer. A questão do altruísmo é um pouco mais complicada, na natureza observamos que certos sacrifícios são feitos por parentes e muitas vezes têm uma relação com o grau de parentesco (ou grau de patrimônio genético que dois indivíduos têm em comum). Na verdade um ato altruísta entre parentes não seria tão altruísta assim, pois um irmão que deixa um pedaço de pizza para a irmã estaria protegendo parte de seu patrimônio genético que se encontra na irmã, já o namorado que se foda.

Meu objetivo não é mostrar como somos animais perversos. As pessoas são fascinantes, mas muitas vezes se esquecem do seu animal interior. Precisamos estar em contato com o nosso lado bicho para sabermos como interpretar e agir diante do que sentimos. Recentemente assisti a um filme de ficção muito bom, chamava-se “A Bussola de Ouro”. Era um mundo em que cada ser humano tinha um companheiro eterno que era um animal. O mais interessante é que cada animal, tanto aparência quanto o comportamento, teriam uma estreita relação com a personalidade de seu companheiro humano. Nesse mundo os homens podiam ver seu lado animal, conversar e chegar a conclusões juntos. O que desejo para os que lerem esse texto é que encontrem seu lado bicho e possam aprender alguma coisa com ele, além de respeitar o animal que existe nas outras pessoas.

3 comentários:

Pronome Indefinido disse...

Muito bom, moleque!
Mas e aí? Descobrio qual daqueles animais mais se parece comigo?

João Paulo disse...

Hahahahahahaha Está faltando inspiração para escrever, mas já sei qual é o seu bicho. Você vai saber quando o texto estiver pronto...

Marimbas disse...

Pow João! Muito bom mesmo...Parabéns.

Abs,

Marimbas.