quarta-feira, 9 de setembro de 2009


Era um sábado à noite, eu estava em minha casa bebendo uma boa e velha cerveja com uns amigos e ouvindo uma boa música. A noite foi seguindo, as músicas tocando e os amigos acabaram indo embora. No final ficamos eu e o blues sofrido do Big Walter. Com certo nível de álcool no sangue, ao som dessa música maravilhosa eu estava no terreiro nos fundos da casa onde moro olhando para a lua e comecei a pensar... Ela está sempre linda, me acompanhando onde quer que eu vá. Sempre a olhar por mim, ela meche comigo e não há nada que se possa fazer. Eu Tenho 25 anos, não tenho muito dinheiro no bolso, mas me considero um homem simples e razoável. Trabalho fazendo aquilo que gosto. Nunca ficarei rico, mas a felicidade é para pouca gente.. minha paixão pela vida que resiste nesse planeta não tem fim. Eu não tenho respostas.. e Vamos combinar, se Deus existe ele tem muito mais o que fazer do que ficar olhando por mim. Tem gente muito mais interessante e carente do que eu nesse mundo, apesar de eu adorar a minha vida.

Moro em uma cidade brasileira cuja cultura está enraizada na alma das pessoas desse estado. As pessoas aqui tem orgulho de sua negritude, não são guiadas por uma estética narcisista de culto ao corpo. A beleza aqui está nas raízes. Em manifestações culturais como um tambor de crioula onde é possível ver meninas lindas e novas dançando ao lado de lindas senhoras. Nessa terra o idoso é saudável, brinca dança e bebe cachaça. Não estou idealizando o povo. Essa é uma cidade super violenta, mas como diria Lenine:” nós temos violência e perversão mas temos o talento e a invenção desejos de beleza em profusão idéias na cabeça, coração, a singeleza e a sofisticação o choro, a bossa o samba e o violão“. É assim em São Luis.

Em meu caminho sempre aparecem pessoas interessantes e uma delas é um camarada que mora comigo, um capoeira de cerca de 48 anos, que bebe uma boa e velha cerveja e tem muito o que ensinar para um cara como eu.. talvez, o destino de um sujeito esteja em seu espírito que não lhe dá sossego até que os fins sejam alcançados e por isso ele anda, vai onde tem que ir. É muito bom conhecer as pessoas cujos caminhos acabam cruzando com os seus. Talvez uma pessoa deva passar por essa vida e ter algumas sensações plenas. Uma delas seria amar incondicionalmente com toda a força que seja possível amar alguém. Uma outra que consigo pensar no momento é ouvir um blues na tranqüilidade de um lar em uma cidade que lhe acolheu e ter reflexões que um careta nunca entenderia ou conseguiria alcançar, é uma sensação única, sublime, de paz, solidão e um forte sentimento de identidade por que sabemos que não estamos tão sozinhos nesse mundo e somos totalmente livres.

Liberdade é uma palavra simples, mas a compreensão de seu significado pode ser complicada para alguns que quando vêem alguém livre se assustam e nos fuzilam com preconceitos por não conseguirem entender alguém de espírito livre. Essa seria a hora de terminar esse texto com uma idéia inteligente e chamativa, mas não é o caso por isso me resumo a um breve até logo e que os nossos caminhos se cruzem...

2 comentários:

Pedro Martins disse...

que bom dividir um pouco da sua felicidade. nem que seja so textualmente!
abraços

Dany Graziani disse...

São Luís tá te inspirando bastante hauhauah!! Espero que seu espírito livre volte pra BsB, algumas vezes... :P